Mártir



Das cinco chagas de pesar, que exangue,
Trago no triste coração magoado,
Descem rosários de rubi de sangue
Como do corpo do Crucificado...

Pende-me a fronte sobre o peito, langue,
De infinitas Traições alanceado...
E, na noite da Mágoa, expiro exangue
Na Cruz de Pedra da Paixão pregado...

Subi, de joelhos, expirando, o adusto
Desfiladeiro enorme do Calvário...
Sob o madeiro da Saudade, a custo!

Sem consumar meus sonhos adorados,
Oiço, no meio do Martírio vário,
O chocalhar sacrílego dos Dados...

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