Marítimo



Estou no mar, sereias milenares
Madrugam sob um céu feito desgosto.
Desconheço se existem esses lugares
Que surgem quando faz maré de agosto.

Medito que já tive muitos lares
Mulheres me ofertando o corpo e o rosto
Com as honras que provinham do meu posto
Fundador de prazeres e luares..

Viajor incontido atravessei caminhos
Inaugurando auroras num festivo
Tinir de taças, derramar de vinhos.

Agora estou no mar. Todas as portas
Fecharam para mim que ainda sou vivo
Quando todas as coisas estão mortas.

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