Um dos primeiros que escrevi

Ali! Ali está ele de livro na mão,
Não quer saber de nada, só do livro,
Vejo um triste homem cabisbaixo a se entreter no livro,
Que de sua mão, teima em não sair.
Apesar de todos dizerem que não,
Ele senta a pua e lê em voz alta
O que a contra gosto o edifica.

Ali! Sim, ali está ele com suas pernas cruzadas,
Com seu ar de investigação de rumos,
Rumos do ar, rumos do mar,
Rumos do fogo a luzir o estar,
Rumos da terra e seu próprio fim,
Idêntico a todos os iguais,
Rumos dos navios a nadar, na imensidão
Na solidão do amar.

Ali! Ali está ele, aponto meu dedo sujo em sua face,
Apronto um farol novo a iluminar, ele e seu livro,
Que não larga pé de ficar grudado como está
Em suas mãos carinhosas e afáveis de tratar.

Ali! Ali vai ele, em busca de novas letras, fantasias e livrarias
Para saciar seu universo de criar fábulas, ilusórias
Do escoamento de sua condenação.

Ali! Não aqui, de onde partem sonhos,
De um porto escuro e fétido, de apontamentos de derrota.

Ali! Vai escroto. Tu e teus livros, vai sozinho,
Quem sabe um dia, encontrarás o caminho,
Único e escrutínio.

Caesar Cutrim

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