Soneto do Estranho

Olha quem vem ali, o estranho
Que se contenta com dores,
Travando batalhas com flores,
Neste profundo mar de desamores.

Olhai e não julgueis o estranho,
Que chora fulgores,
Com o véu em suas mãos,
Ensangüentado de amores.

O estranho não é digno de pena,
Ele é só alguém a passar,
A pena é sentir-se estranho.

Vai estranho, meu amigo irmão,
Não queira mal a ti, ame então,
Os abraços de teu Deus guardião.

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